Colégio Estadual Professor Pedro Gomes

O nosso Colégio foi fundado em 29/10/1947 e tem a honra de ter tido como alunos mulheres e homens importantes em todo país. São profissionais de toda as áreas que nunca se esquecem de terem estudado conosco.




AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Feliz Dia dos Professores



Professor não é coitado
O professor brasileiro é um herói. Batalha com afinco contra tudo e todos em prol de uma educação de qualidade em um país que não se importa com o tema, ensinando em salas hiperlotadas de escolas em péssimo estado de conservação. Tem de trabalhar em dois ou três lugares, com uma carga horária exaustiva. Ganha um salário de fome, é constantemente acossado pela indisciplina e desinteresse dos alunos e não conta com o apoio dos pais, da comunidade, do governo e da sociedade em geral.

Se você tem lido a imprensa brasileira nos últimos vinte anos, provavelmente é assim que você pensa. Permita-me gerar dúvidas.

Segundo a última Sinopse Estatística do Ensino Superior, em 2005 havia 904.000 alunos matriculados em cursos da área de educação, ou o equivalente a 20% do total de alunos do país. É a área de estudo mais popular, deixando para trás gerenciamento e administração (704.000) e direito (565.000). Ademais, é uma área que só faz crescer: em 2001, eram 653.000 alunos – um aumento de quase 40% em apenas quatro anos.




Professores em formação: uma profissão muito procurada no Brasil apesar das queixas

No mercado profissional, os números do professorado também são mastodônticos. Segundo dados da última Pnad tabulados por Simon Schwartzman, há 2,9 milhões de professores em todo o país. É provavelmente a categoria profissional mais numerosa.

Surge o questionamento: se a carreira de professor é esse inferno que se pinta, por que tantas pessoas optam por ela? Pior: por que esse interesse aumenta ano a ano? Seria uma categoria que atrai masoquistas? Ou desinformados?

A resposta é mais simples: porque a realidade da carreira de professor é bastante diferente da imagem difundida.


"Certamente há muito que melhorar, mas é igualmente certo que o nosso professorado não trabalha em condições infra-estruturais sofríveis. A idéia de um professor acuado pela violência também não se confirma quando contrastada com a frieza dos dados"

A maioria dos professores trabalha em apenas uma escola. Segundo o Perfil dos Professores Brasileiros, ampla pesquisa realizada pela Unesco, 58,5% têm apenas um local de trabalho. Os que fazem dupla jornada são pouco menos de um terço: 32,2%. Só 9%, portanto, trabalham em três escolas ou mais. Sua carga horária também não é das mais massacrantes: 31% trabalham entre uma e vinte horas em sala de aula por semana, 54% ficam entre 21 e quarenta horas e o restante trabalha mais de quarenta horas. Os professores costumam argumentar que seu trabalho se estende para fora da sala de aula, com correção de tarefas, preparação de aulas etc. Nisso, não são diferentes de todos os outros profissionais liberais – qual o médico que não estuda fora do consultório ou o advogado que não pesquisa a legislação nos horários fora do escritório?

O que os representantes da categoria não costumam mencionar são as vantagens da profissão: as férias longas, a estabilidade no emprego e o regime especial de aposentadoria (80% são funcionários públicos) e, sobretudo, a regulamentação frouxa. No estado de São Paulo, 13% dos professores da rede estadual faltam a cada dia, contra 1% daqueles da rede privada. Há um amontoado de proteções jurídicas para que essa ausência não redunde em perda salarial – infelizmente, não conseguimos blindar o aprendizado dos alunos contra as faltas docentes.

Não é correta, também, a idéia de que os professores trabalham em estabelecimentos superlotados. Segundo os dados oficiais, há 27 alunos por turma no ensino fundamental (de 1ª a 8ª série). A relação só sobe nos três anos do ensino médio, para 37 alunos por turma – dentro da normalidade, portanto.

Paulo Liebert/AE


Patrulha na porta de uma escola em São Paulo: os professores não estão mais expostos à violência

Tampouco procede a idéia de que as escolas não tenham as condições mínimas de infra-estrutura para a realização de aulas. As histórias de escolas de lona ou de lata rendem muito noticiário justamente por serem a exceção, a aberração. Mais de 90% de nossas escolas de ensino fundamental têm banheiro, água encanada e esgoto, e 87% contam com eletricidade. Quase um terço tem quadra esportiva, e 42% dispõem de computadores. Certamente há muito que melhorar, mas é igualmente certo que o nosso professorado não trabalha em condições infra-estruturais sofríveis.

A idéia de um professor acuado pela violência também não se confirma quando contrastada com a frieza dos dados. Questionário respondido pelos professores quando da aplicação do Saeb, o teste do ensino básico, revela que apenas 3% deles haviam visto, em toda a sua carreira, alunos com armas de fogo, que só 5,4% dos professores já foram ameaçados e 0,7% sofreu agressão de aluno. São incidentes lamentáveis e que devem ser punidos com todo o rigor da lei. Essa quantidade de problemas, porém, está longe de indicar uma epidemia de violência tomando conta das nossas escolas.


"O que (os professores) não costumam mencionar são as vantagens da profissão: as férias longas, a estabilidade no emprego e o regime especial de aposentadoria (80% são funcionários públicos) e, especialmente, a regulamentação frouxa"

Finalmente, a questão crucial: o salário. Há uma idéia encravada na mente do brasileiro de que professor ganha pouco, uma mixaria. É verdade que o professor brasileiro tem um salário absoluto baixo – o que se explica pelo fato de ele ser brasileiro, não professor. Somos um país pobre, com uma massa salarial baixa. O professor tem um contracheque de valor baixo, assim como médicos, carteiros, bancários, jornalistas e todas as demais categorias profissionais do país, com exceção de congressistas (e suas amantes). Quando estudos econométricos comparam o salário dos professores com o das outras carreiras, levando em consideração a jornada laboral e as características pessoais dos trabalhadores, não há diferença para a categoria dos docentes. Ou seja, os professores ganham aquilo que é compatível com a sua formação e o seu trabalho, e ganhariam valor semelhante se optassem por outra carreira. Quando se leva em conta a diferença de férias e aposentadoria, o salário do professor é mais alto do que o do restante. Estudo recente de Samuel Pessôa e Fernando de Holanda, da FGV, também mostrou que o salário do professor de escola pública é mais alto do que aquele recebido por seu colega de escola particular. Achados semelhantes emergem quando se compara o professor brasileiro com aquele de outros países. Enquanto aqui ele ganha o equivalente a 1,5 vez a renda média do país, a média dos países da OCDE (que têm a melhor educação do planeta) é de 1,3. Na América do Sul, os países com qualidade de ensino melhor que a brasileira têm professores que recebem menos: 0,85 na Argentina, 0,75 no Uruguai e 1,25 no Chile. Esses são dados um pouco defasados, de 2005. É provável que atualmente o quadro seja ainda melhor, pois os estudos sobre o tema mostram que os rendimentos dos professores vêm aumentando, à medida que mais deles têm diploma universitário. Segundo os dados da última Pnad colhidos por Schwartzman, houve um aumento de 20% nos rendimentos dos professores da rede estadual e de 16% nos da rede municipal apenas entre 2005 e 2006.

Apesar de todos esses dados estarem amplamente disponíveis, perdura a visão de que o professor é um coitado e/ou um herói, fazendo esforços hercúleos para carregar o pobre aluno ladeira acima. Longe de ser uma questão apenas semântica ou psicológica, essa caracterização do professor é extremamente daninha para o progresso do nosso ensino, porque ela emperra toda e qualquer agenda de mudança. A literatura empírica aponta que há muito que professores, diretores e gestores públicos podem fazer para obter melhorias substanciais no aprendizado de nossos alunos, mas é quase impossível ter qualquer discussão produtiva nesse sentido no Brasil, pois, antes de mais nada, seria necessário "recuperar a dignidade do magistério", "dar condições mínimas de trabalho aos professores" etc. A mitificação do nosso professor impede que o vejamos como ele é: um profissional, adulto, consciente de suas decisões e potencialidades, inserido em uma categoria profissional que, como todas as outras, abriga muita gente competente, muita gente incompetente e muitos outros medíocres e que, portanto, deve receber não apenas encorajamento e defesa condescendentes, mas também cobranças e críticas construtivas e avaliações objetivas de seus méritos e falhas. Só assim melhoraremos o desempenho das nossas escolas e daremos um futuro ao país.

Errata e honestidade intelectual


No artigo “Professor Não é Coitado”, cometi um erro. Na parte onde se lê “Questionário respondido pelos professores quando da aplicação do Saeb, o teste do ensino básico, revela que apenas 3% deles haviam visto, em toda a sua carreira, alunos com armas de fogo (...)” os dados em realidade são referentes apenas a aquele ano, não a toda a carreira do profissional. No caso, o ano em questão era de 2003.

Como descobri o equívoco por meio de correspondência de leitora que citava este engano como exemplo da minha suposta má-fé de distorcer dados para chegar a conclusões falsas, vale explicar um pouco a sua origem. Colhi os dados deste informativo (clique aqui para acessar) do Inep, órgão oficial do país sobre estatísticas educacionais. O texto declara que o professor “já flagrou”, “já sofreu agressão” etc. Termos que, na minha leitura, se referem a todo o espaço de tempo precedente à pergunta, e não apenas ao ano em questão (sendo essa intenção, o texto deveria ser: “flagrou, nesse ano”) etc. Esta é a mesma leitura da assessoria de imprensa do Inep que, consultada sobre a questão, manifestou intenção de corrigir o texto do informe. Não que isso me isente da responsabilidade do erro, que é toda minha.

Antes que alguém imagine que estou usando os dados de 2003 porque eles seriam especialmente benéficos à minha “causa”, me adianto em dizer: são os mais recentes disponíveis. Os resultados referentes aos anos de 2005 e 2007 ainda não foram tabulados, nem os microdados estão disponíveis para pesquisadores. Tampouco há, que eu saiba, qualquer informe que tabule os resultados de exposição à violência ao longo da carreira dos professores.

Aproveito o ensejo para ir adiante. O meu interesse pela educação deriva da minha percepção de que ela é a ferramenta fundamental para a possibilidade de desenvolvimento futuro do Brasil, bem como do entendimento de que seu fracasso é um fator explicativo importante para a explicação das nossas mazelas atuais. É por isso, e apenas por isso, que me especializei na área de economia da educação. Não tenho ONG, não vendo produtos educacionais, não recebo dinheiro de nenhuma entidade governamental ou privada. A empresa da minha família tem uma fundação que lida com arte-educação e ensino técnico. Não trabalho nem jamais trabalhei para a Fundação, mas mesmo assim evito escrever sobre esses temas porque, para além do meu desconhecimento a seu respeito, sigo a injunção romana de que a mulher de César não precisa apenas ser séria, mas também parecer séria.

É frustrante ter de falar sobre aspectos que deveriam ser condição sine qua non de qualquer profissional que lida com o pensamento, especialmente em veículo público. Mas no atual clima turvado em que o país se encontra, o cinismo ocupou todos os espaços e a integridade passou de necessidade a virtude.

Minha única bandeira é a da honestidade intelectual. A missão do intelectual é falar o que pensa e pensar o que fala, sem se curvar não apenas a interesses espúrios, mas também às suas paixões e vieses pessoais. O primeiro intelectual com o qual tive contato foi Noam Chomsky. Hoje pensamos diferente na maioria das questões, mas o respeito à absoluta necessidade da honestidade intelectual pregada por Chomsky (e por tantos outros, claro) permaneceu.

Sei que muitos dos dados que trago a este espaço e às páginas da Veja são contra-intuitivos. Sei que muitos são revoltantes para o status quo. Sei que muitos magoam e ofendem alguns leitores. Mas são os dados que, depois de muitos anos de pesquisa, me parecem verdadeiros. Se mudar de idéia, não terei o menor problema de mudar meu posicionamento público a respeito do que quer que seja. E quando cometer erros – quem não os comete? – não hesitarei em corrigi-los, como faço agora. Não posso garantir que tudo que escrevi e escreverei está e estará livre de erro, mas posso garantir que os erros eventualmente cometidos são erros de desinformação ou fruto de limitações cognitivas, jamais de manipulação ou descompromisso com a verdade.
Artigo publicado em VEJA de 7/12/2007

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

14ª Feira de Ciências do Estado de Goiás

No período de 08 a 11 de outubro, agora, o CEPPG participou da 14ª feira de Ciências com dois trabalhos. Sendo uma oficina, a do etanol, e a exposição dos laboratórios, que contou com a participação do Ecossistema Artificial.
Na oficina, os alunos do prof. Charles fizeram uma simulação da destilação fracionada da garapa de cana de açúcar, obtendo daí o etanol, eles participaram nos três períodos da feira, cedo, tarde e noite nos quatro dias, e contou com a colaboração dos professores Helga, Elisete e Éder, além do prof. Charles.
E o trabalho do Ecossistema Artificial,ou seja, a simulação do clima tropical úmido, em micro escala,feito pelos alunos da profª Cristina Mendes,teve a participação em duas manhãs, quinta e sexta feira, 09/10 e 10/10.O trabalho foi um sucesso entre a garotada e os professores que estavam expondo trabalhos na feira. Dentre os alunos que participaram, três se sobressaíram, Deivid, Maiara e Vanessa. Fazendo explicações bem detalhadas aos visitantes do trabalho.
Cristina Mendes